Entenda o mistério dos gases: são realmente prejudiciais à saúde?
Em uma jornada de descoberta pelo universo dos gases e suas implicações para a saúde humana, mergulhamos nos ensinamentos do Dr. Rizzieri Gomes, médico cardiologista, apresentando recomendações para uma vida mais confortável e saudável.
A verdade por trás dos puns e arrotos
Contra a crença popular, segurar gases não representa uma ameaça direta à saúde. No entanto, esse hábito pode gerar desconforto considerável e sintomas como inchaço e cólicas abdominais devido ao acúmulo indesejado de gases no intestino. Em casos extremos, pode até provocar o rompimento da parede intestinal. Já no caso dos arrotos, a retenção pode levar a dores que se confundem com sintomas de problemas cardíacos.
Os mistérios do pum
O pum é uma parte inseparável do processo de digestão humana. Entretanto, a produção excessiva de gases pode ser resultado de má alimentação, síndrome do intestino irritável, problemas estomacais ou não atender a chamada da natureza quando o intestino solicita.
Segundo Dr. Rizzieri Gomes, médico cardiologista focado na mudança do estilo de vida (MEV) de seus pacientes, segurar os gases por tempo prolongado pode resultar em inchaço, distensão abdominal e endurecimento do bolo fecal. Além disso, forçar a soltura desses gases pode elevar a pressão arterial nas veias do plexo hemorroidário, localizado ao redor do ânus, podendo levar à formação de hemorróidas.
Arroto: o que você precisa saber
Os arrotos são provenientes da liberação de ar ou dióxido de carbono que engolimos. Embora grande parte desse ar seja absorvida pelo organismo, uma parcela precisa ser eliminada. Na maioria das vezes, o arroto não é um indicativo de problema médico, mas merece atenção quando é persistente.
Além disso, é importante evitar forçar o arroto, pois isso pode exacerbar quadros de refluxo, levar à regurgitação involuntária do alimento e do suco gástrico, além de aumentar o volume de gases.
Para minimizar os arrotos, Dr. Rizzieri sugere:
- Evitar bebidas gaseificadas ou efervescentes;
- Comer lentamente;
- Mastigar bem os alimentos;
- Não exagerar na quantidade de comida;
- Evitar mascar chicletes ou balas muito duras;
- Falar menos durante as refeições.
O médico também alerta que arrotos persistentes podem ser sintomas de úlceras. Nesses casos, é recomendável procurar um médico.
Os suspeitos usuais: alimentos que causam gases
Existem certos alimentos que têm uma reputação infame de causar flatulência. A lista inclui lentilhas, grão de bico e vários tipos de feijões. No entanto, é importante entender que a produção de gases é uma resposta natural do corpo à ingestão e digestão dos alimentos.
Nem todos os gases estão relacionados à ingestão de alimentos. Alguns podem ser sintomas de condições médicas como hérnia de hiato, refluxo gastroesofágico ou intolerância a certos tipos de açúcares. Por exemplo, pessoas com intolerância à lactose podem experimentar excesso de gases após consumir produtos lácteos.
O consumo de legumes, como lentilhas e grão-de-bico, pode ser feito de maneira que produza menos gases. Uma dica é deixá-los de molho para liberar os açúcares oligossacarídeos. Além disso, é possível adicionar ervas aromáticas ou condimentos que possuem propriedades carminativas, como alecrim, funcho, cominho e anis, que ajudam a evitar a formação de gases.
Além das leguminosas, outros alimentos como maçãs, cebolas, bebida de soja, cogumelos, melancia, melão e ervilhas também são conhecidos por causar gases. Portanto, é essencial ter uma dieta balanceada e evitar o consumo excessivo desses alimentos para manter uma vida saudável e confortável.