Baixa Testosterona: o que está acontecendo e como reagir?

Queda da testosterona de 1960 a 2020, por que acontece, riscos da reposição e hábitos práticos para se proteger, com dados dos Estados Unidos e insights de Samira Pes.

Atualizado 10/09/2025 às 22:08 por Viviane Grecilo Torres

Muita gente comenta que os homens de hoje parecem mais cansados e menos ativos. Pois bem, a urologista Samira Pes, de São Paulo, levou o debate para os números e discutiu um gráfico que acompanha a queda hormonal ao longo de décadas. Além disso, ela atende homens e mulheres e oferece consultas presenciais e online.

No vídeo, Samira orienta interessados a buscar atendimento por link na descrição e por um QR code ao lado da tela. Enquanto isso, ela conecta evidências dos Estados Unidos a hábitos modernos e mostra o que dá para fazer já para não entrar nessa curva descendente.

O que os dados mostram sobre a curva hormonal

Estados Unidos, 1960–2020 e a tendência de 1% ao ano

O gráfico vem do site Testosterone Decline e reúne estudos populacionais americanos entre 1960 e 2020. Nele, a linha azul aponta queda contínua, e os pontos azuis agregam pesquisas variadas. Já os pontos verdes trazem o NHS, o maior banco de dados de saúde da população americana.

Desde a década de 90, a estimativa indica declínio médio de 1% ao ano em homens da mesma faixa etária. Para dimensionar, um jovem de 22 anos hoje apresenta, em média, concentração sérica semelhante à de um homem de 67 anos nos anos 2000. Portanto, a diferença intergeracional ficou evidente.

O recorte de 2007: 35 anos em 1987 versus 2004

Em 2007, uma publicação na revista internacional de endocrinologia reforçou o alerta. Ela identificou queda de 20% na testosterona média de homens de 35 anos quando comparou 1987 a 2004. Ou seja, em menos de duas décadas, a régua hormonal mudou de patamar.

Por que a testosterona desce?

Obesidade, aromatização e o elo com o estrogênio

A gordura corporal extra ativa a aromatização, que ocorre no adipócito e converte testosterona em estrogênio. Desse modo, os níveis total e livre caem em indivíduos obesos. Além disso, essa conversão altera o equilíbrio do eixo hormonal e empurra o organismo para baixo desempenho.

Sedentarismo e menos receptores musculares

O corpo parado produz menos hormônio e expressa menos receptores de testosterona no músculo. Entretanto, treino regular reverte parte desse quadro. Por isso, a ausência de estímulo físico virou um motor silencioso dessa tendência negativa nas últimas décadas.

Desreguladores endócrinos no cotidiano

Compostos como o BPA (bisfenol A) surgem em vasilhas, plásticos, agrotóxicos e pesticidas. Eles bagunçam o eixo hormonal de homens e mulheres. Além disso, a exposição acumulada pode contribuir para a queda progressiva observada nos estudos populacionais.

Dieta, estresse, sono e hábitos nocivos

Ultraprocessados, industrializados e excesso de carboidratos, açúcares e gorduras substituíram a comida de verdade. Enquanto isso, o estresse crônico e a privação de sono elevam o cortisol, que inibe a produção de testosterona. Também pesam o álcool em excesso e o cigarro.

A busca por reposição hormonal e seus impactos

Prescrições em alta nos Estados Unidos

Com a fadiga e a performance em jogo, mais jovens procuram terapia hormonal. Nos Estados Unidos, as prescrições subiram de 7,3 milhões em 2019 para 11 milhões em 2024, um aumento acima de 60%. Contudo, número maior não resolve o problema de base.

Riscos quando a indicação falha

Alguns relatam melhora clínica, porém o uso mal indicado e sem acompanhamento médico pode custar caro. A fertilidade pode sofrer com atrofia testicular e inibição da produção endógena, temporária ou definitiva. Além disso, o sangue pode engrossar por elevação de hematócrito e hemoglobina.

Somam-se piora do perfil lipídico, aumento de colesterol e triglicérides, hipertensão arterial sistêmica, piora da resistência insulínica e maior risco de trombose. Portanto, a terapia exige critério, monitorização e ajuste individual, não impulso.

Como proteger a sua testosterona no dia a dia

Rotina prática que funciona

Estilo de vida sólido vale mais do que atalhos. Antes de qualquer reposição, ajuste pilares que sustentam o eixo hormonal. Depois, se necessário, converse sobre terapias como testosterona intramuscular, gel, cremes corporais ou estímulo testicular para produção endógena.

  • 1) Faça musculação pelo menos quatro vezes por semana e, sobretudo, trabalhe grandes grupos, como o quadríceps.
  • 2) Durma ao menos 7 horas ininterruptas, priorizando ciclos profundos que ampliam a produção noturna.
  • 3) Coma comida de verdade: dieta hiperproteica, rica em frutas, legumes e verduras, com poucos ultraprocessados.
  • 4) Reduza açúcar e gordura, e elimine excesso de álcool e tabagismo do cotidiano.
  • 5) Evite plásticos com BPA e minimize contato com agrotóxicos e pesticidas.
  • 6) Gerencie estresse e ansiedade, pois cortisol e adrenalina altos derrubam a produção endógena.
  • 7) Faça reposição apenas com avaliação médica, investigando causas e alinhando o estilo de vida ao tratamento.

Fechamento

Não se trata de alarmismo; os consultórios veem esse declínio com frequência. Agora, com números em mãos, você pode agir com estratégia. Portanto, ajuste os pilares, discuta riscos e escolha caminhos que preservem vitalidade e fertilidade.

Informação de qualidade virou vantagem competitiva para a saúde. Afinal, quem adianta o cuidado colhe melhores resultados. Compartilhe esse conhecimento com quem precisa e incentive mudanças simples que, somadas, fazem diferença real ao longo dos anos.

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