Como o consumo de álcool afeta a qualidade do seu sono

Entenda como o álcool, apesar de um poderoso indutor do sono, precisa ser consumido com sabedoria para não afetar negativamente a qualidade do seu descanso.

Atualizado 11/07/2023 às 16:27 por Alex Torres

Apesar de muitos acreditarem que uma tacinha de vinho ou um drinque após o jantar podem ser a chave para uma boa noite de sono, a realidade é que o álcool pode mais atrapalhar do que ajudar. Embora inicialmente o álcool possa nos fazer sentir sonolentos por ser um depressor do sistema nervoso central, os problemas começam quando o efeito sedante passa e o álcool começa a interferir na qualidade do nosso sono.

Conforme explicado pelo Dr. Deidre Conroy, especialista em Comportamento do Sono da Universidade de Michigan, e citado pela Cnet, o ideal é parar de beber pelo menos três horas antes de ir dormir.

Álcool: um sedativo que não garante descanso

Nosso sono é dividido em ciclos, com a fase mais profunda e restauradora ocorrendo nas primeiras horas da noite. Mas o problema com o álcool é que ele perturba o equilíbrio desses ciclos, principalmente ao intensificar os pesadelos e sonhos vívidos, o que geralmente ocorre à medida que o efeito sedante do álcool diminui. Portanto, mesmo que o álcool possa induzir o sono, isso não significa que ele ajude a dormir melhor.

Acrescente a isso o fato de que, como substância tóxica, nenhuma quantidade de álcool será sempre benéfica para o corpo humano.

O efeito do álcool no sono REM

Durante o sono REM, período em que o cérebro está mais ativo, o álcool age como um verdadeiro terremoto. Nessa fase, que é mais leve, o álcool interfere no processo ao mesmo tempo em que nosso organismo começa a metabolizá-lo. Assim, limita também seu efeito sedante.

O álcool aumenta os níveis de um neurotransmissor chamado ácido gamma-aminobutírico (GABA), o que aumenta as etapas do sono não REM e suprime o início do sono REM. Quando os níveis de GABA começam a diminuir com a metabolização do álcool, ocorre o chamado efeito rebote do sono REM, que provoca um sono fragmentado e despertares frequentes.

Não é que o álcool gere mais pesadelos, mas sua presença está ligada a esse sono fragmentado que nos faz acordar mais frequentemente e lembrar dos sonhos vívidos.

Álcool e problemas respiratórios

O consumo de álcool também afeta nosso sistema respiratório. Além de relaxar os músculos da garganta e afetar nosso padrão de respiração, o álcool também reduz o nível de oxigênio no sangue, propiciando a ocorrência de roncos.

O álcool não causa pneumonia ou outras doenças pulmonares, mas pode predispor à disfunção pulmonar devido à resposta inflamatória que provoca, tornando-se um fator de risco no desenvolvimento de doenças pulmonares.

O álcool e os problemas estomacais

Quem sofre de refluxo gastresofágico, azia ou outros problemas estomacais deve estar ciente de que o álcool pode agravar esses problemas durante a noite. O álcool aumenta a produção de ácidos gástricos e retarda o esvaziamento do estômago. Além disso, a postura deitada facilita o refluxo do ácido estomacal, aumentando o desconforto.

Este problema é acentuado dependendo do tipo de álcool consumido. Bebidas mais ácidas, como vinhos brancos e espumantes, e bebidas de alta graduação alcoólica, especialmente quando misturadas com refrigerantes, são mais propensas a causar esse problema.

Em resumo, se você deseja uma boa noite de sono, reconsidere o álcool como estratégia para adormecer e procure alternativas mais saudáveis e eficientes.

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