Musicoterapia: A Melodia para Reativar a Memória

Explorando o poder da música como ferramenta para atividade cerebral, a musicoterapia surge como uma prática que favorece a retenção, recuperação, armazenamento e exclusão de informações. A música, especialmente aquela que nos toca de forma pessoal, pode ajudar a despertar memóri

Publicado 12/08/2023 às 07:49 por Alex Torres

Uma Dança entre a Memória e a Atenção

A memória é uma função do cérebro que, em conjunto com a atenção, permite não apenas reter, mas também recuperar, armazenar e descartar informações. A música, principalmente aquelas que realmente apreciamos, pode auxiliar nesse processo, reavivando memórias do passado.

Existem diferentes tipos de memória envolvidas em circuitos neurais distintos. A memória musical, por exemplo, funciona independentemente das áreas do cérebro responsáveis por recordar detalhes de eventos que ocorreram ao longo de nossas vidas. Isso significa que, mesmo que alguém não consiga lembrar o nome de seus familiares ou fatos de sua infância, ainda poderá cantar uma música completa ou tocar um instrumento, se já tiver essa habilidade. Além disso, poderá reviver a emoção associada a essa memória.

Musicoterapia e Demência

No caso de indivíduos com demência, a musicoterapia é usada como uma intervenção terapêutica para ativar memórias e associações, orientação temporal e espacial, permitindo um canal de comunicação para recordar e revisitar eventos de vida, além de melhorar o estado de ânimo e funcionar como um facilitador social.

woman and child playing piano

Segundo a licenciada Daniela Arévalo, membro da Equipe de Musicoterapia do INECO, em pacientes com Alzheimer, a memória musical costuma estar intacta. Portanto, o objetivo primordial é acessar esses momentos significativos na vida do paciente, proporcionando experiências gratificantes, melhorando a autoestima e, consequentemente, sua qualidade de vida.

A licenciada Jorgelina Benavidez, também membro da equipe de Musicoterapia do INECO, acrescenta que a música e seus componentes desempenham um papel especial na reabilitação ou estimulação da memória. Através da musicoterapia, é possível atender a diversas necessidades, de acordo com o tipo de memória afetada, utilizando técnicas que combinam ritmo e melodia para facilitar o aprendizado e recordação de palavras, nomes de familiares, objetos cotidianos e procedimentos diários.

Auxiliando a Memória com Playlists

Daniela Arévalo e Jorgelina Benavidez, que trabalham na área de neuroreabilitação de adultos com sequelas cognitivas, motoras, linguísticas, emocionais e sociais causadas por várias doenças neurológicas, sugerem uma série de exercícios para exercitar a memória através da música:

  • Elaborar listas de reprodução (playlists) pode ser especialmente útil para pessoas mais velhas, com o objetivo de facilitar o acesso a memórias da vida associadas à sua música.

É importante esclarecer que estes possíveis exercícios e sugestões não substituem um tratamento de musicoterapia, onde são estabelecidos objetivos terapêuticos voltados para a reabilitação ou estimulação de diversas áreas: cognitiva, social, emocional, motora e/ou comunicacional, num processo de tratamento que se desenvolve e se sustenta através da relação terapeuta-paciente.

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