Para que servem os sinônimos? Exemplos concretos
Sinônimos e repetição consciente criam coesão: de Cotidiano ao ICMS e a Jean Marçal, exemplos práticos para escrever com clareza, ritmo e precisão.
Coesão textual não surge por acaso; ela nasce de escolhas simples e precisas. Entre elas, sinônimos que apontam para o mesmo referente mantêm a fluidez sem amarrar o leitor à repetição. Além disso, quando planejada, a repetição intensifica sentidos e cria ritmo.
Vamos ao que interessa: exemplos reais mostram o caminho. Em canção, jornal e artigo de opinião, recursos distintos levam à mesma meta. Por isso, veremos Chico Buarque em Cotidiano, uma notícia da Gazeta do Povo sobre ICMS e a leitura crítica do historiador Jean Marçal.
Sinônimos que seguram o texto
Referente em comum: o truque invisível
Sinônimos funcionam quando apontam para a mesma coisa no mundo, o chamado referente. Assim, ao alternar quadro e obra de arte para descrever um mesmo objeto, você preserva sentido e evita cansaço. Além disso, cria ritmo sem apelar para repetição mecânica.
Quando repetir faz sentido
Paralelismo em música e poesia
Na canção Cotidiano, de Chico Buarque, a repetição desenha rotina e vira estratégia estética. Entretanto, não se trata de descuido: o paralelismo repete estruturas e imagens, como a alternância entre “boca de hortelã” e “boca de café”. Assim, a forma reforça o tema.
Notícia e precisão: o caso do ICMS
Sinônimos na Gazeta do Povo
Em texto da Gazeta do Povo, o ICMS aparece como peça relevante na formação de preços de combustíveis e na arrecadação dos Estados, crescendo conforme o brasileiro gasta mais. Porém, o autor troca para “imposto estadual” e mantém coesão. Além disso, atribui a maior pressão recente à Petrobras.
Opinião e ironia: a crítica de Jean Marçal
Quatro décadas de um projeto pedagógico
Segundo Jean Marçal, há pelo menos quatro décadas educadores que se querem progressistas, herdeiros da revolução Libertadora de outrora, tentam moldar escolas e universidades do Ocidente como laboratórios de quimeras. Por outro lado, ele os renomeia de “revolucionários do giz” e antecipa, da sala de aula, os “seres humanos do Terceiro Milênio”.
Essa troca terminológica evita repetição e adiciona crítica com economia de palavras. Além disso, o sinônimo mantém o referente evidente e intensifica o ponto de vista do articulista. Assim, coesão e persuasão caminham juntas, sem sacrificar clareza nem ritmo argumentativo.
No fim das contas, escrevemos melhor quando variamos sem perder o fio do referente e repetimos apenas com intenção estética ou argumentativa. Desse modo, sinônimos sustentam a leitura; paralelismo, quando convém, amplia sentido. Por fim, os casos de ICMS, Petrobras, Chico Buarque e Jean Marçal mostram o caminho.