Silvio Tendler, Cineasta Carioca, Morre aos 75 Anos

Aos 75 anos, o renomado documentarista brasileiro Silvio Tendler faleceu nesta sexta-feira, vítima de uma infecção generalizada.

Publicado 05/09/2025 às 19:04 por Viviane Grecilo Torres

Na última sexta-feira, o Brasil perdeu um de seus maiores documentaristas, Silvio Tendler, que faleceu aos 75 anos. A notícia foi confirmada por sua filha, Ana Rosa Tendler. Internado no hospital Copa Star, em Copacabana, na zona sul do Rio de Janeiro, Silvio não resistiu a uma infecção generalizada.

A carreira de Tendler, que durou mais de cinquenta anos, foi marcada por contribuições significativas ao cinema brasileiro. Ele produziu e dirigiu mais de 70 filmes e 12 séries de televisão, capturando a essência de figuras históricas importantes. Entre seus trabalhos, destacam-se as biografias dos ex-presidentes João Goulart e Juscelino Kubitschek, além do ativista Carlos Marighella.

Legado no Cinema

Silvio Tendler se destacou por seu engajamento político e pela defesa da memória histórica. Seus documentários muitas vezes exploravam temas sociais e políticos, oferecendo uma visão crítica e profundamente humana dos eventos e personagens retratados.

Resiliência

Em 2011, Silvio enfrentou um desafio pessoal significativo ao superar uma doença grave que o deixou tetraplégico. Essa experiência só reforçou sua resiliência e determinação em continuar trabalhando naquilo que amava, o que fez até seus últimos momentos.

Principais obras de Silvio Tendler

Silvio Tendler, conhecido como “o cineasta dos sonhos interrompidos”, construiu uma carreira marcada por documentários históricos e políticos de grande impacto. Entre suas principais obras destacam-se:

  • Os Anos JK – Uma Trajetória Política (1980) — Biografia de Juscelino Kubitschek, um dos documentários mais assistidos do Brasil.

  • Jango (1984) — Retrata o governo e a deposição de João Goulart, sucesso de público com mais de 1 milhão de espectadores.

  • Tancredo – A Travessia (2011) — Sobre a trajetória de Tancredo Neves e a redemocratização do país.

  • O Mundo Mágico dos Trapalhões (1981) — Documentário sobre o famoso grupo humorístico, recorde de bilheteria.

  • Utopia e Barbárie (2009) — Um mergulho nos grandes conflitos e utopias do século XX.

  • O Veneno Está na Mesa (2011 e 2014) — Denúncia sobre os impactos dos agrotóxicos no Brasil.

  • Glauber – O Filme, Labirinto do Brasil (2003) — Homenagem ao cineasta Glauber Rocha.

  • Marighella – Retrato Falado do Guerrilheiro (2001) — Retrato do militante e líder da luta armada Carlos Marighella.

Com mais de 70 filmes e 12 séries documentais, Tendler registrou a memória política, social e cultural do Brasil, tornando-se um dos maiores documentaristas do país.

Com a partida de Silvio Tendler, o Brasil perde não só um cineasta excepcional, mas também um defensor incansável da memória e da justiça social. Sua contribuição para a arte e a cultura será lembrada por gerações.

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