Viver o sonho americano: expectativas e realidades vividas por Carol Capel

Pensando em ajudar você que ainda acha os Estados Unidos o único lugar interessante para sonhar de fato, fizemos este artigo todo baseado na história de vida da Youtuber mais destruidora de sonhos da internet. Confira essa entrevista realizada para Cortes do Bolder Pod Cast, no Youtube.

Morar nos Estados Unidos sempre foi o sonho de muitos brasileiros, incluindo o meu. Trabalhando na Johnson & Johnson, consegui uma transferência para lá com um visto de trabalho. Fui acompanhada pelo meu marido, que se tornou meu dependente no processo.

Expectativas x Realidade

Passamos dois anos e sete meses nos EUA, mas logo percebi que a realidade era bem diferente do que imaginava. Cresci em uma cultura muito americanizada, com televisão e música influenciadas pelos EUA. No entanto, ao chegar lá, o choque foi inevitável.

No primeiro mês, a decepção já era evidente. O “sonho americano” se mostrava uma fachada. A realidade incluía crises migratórias, de saúde e violência constantes. Tiroteios em shoppings, aeroportos e escolas faziam parte do cotidiano. Lembro particularmente do caso da Pulse, uma balada LGBTQIA+ em Orlando, onde um homem armado causou uma tragédia. Estávamos próximos quando tudo aconteceu.

Imigração e Custo de Vida

A questão do visto também era complicada. Quem estava legalmente lá pagava caro, enquanto outros permaneciam sem visto, muitas vezes sem problemas. O custo de vida era alto: seguros e outras despesas eram frequentes. Apesar de alguns benefícios da empresa, o esforço era constante.

Crises Naturais e Sociais

Além das crises humanas, enfrentamos três furacões durante nossa estadia. A convivência com outros brasileiros imigrantes também era difícil, especialmente na Flórida, onde a concorrência era intensa. Eventos na Universal e Disney eram exemplos de como a competição podia ser desleal.

Buscando Alternativas

A busca por alternativas começou. Consideramos o Canadá e iniciamos o processo de Express Entry para profissionais qualificados. Contudo, a burocracia e os sorteios intermináveis nos fizeram olhar para a Europa.

Oportunidade na Itália

Descobrimos que meu marido tinha direito à cidadania italiana e decidimos mudar para lá. A rapidez com que os documentos foram encontrados (apenas seis dias) parecia um sinal de que estávamos no caminho certo.

Decisão Corajosa

Foi uma decisão difícil deixar os Estados Unidos, mas necessária. Já trabalhava com um curso de inglês online, o que facilitou a transição. Apesar das dificuldades, a mudança para a Europa foi um novo começo.

Viver nos Estados Unidos mostrou-se diferente do idealizado. A Europa trouxe novas oportunidades e qualidade de vida.