NASA: Inteligência Artificial revoluciona a ciência explorando Marte

IA auxilia cientistas na identificação de minerais em rochas estudadas pelo rover Perseverance da NASA.

Publicado 16/07/2024 às 16:28 por Alex Torres

A inteligência artificial está transformando a exploração de Marte, auxiliando cientistas a identificar minerais nas rochas analisadas pelo rover Perseverance. Esses avanços marcam um passo significativo na direção de espaçonaves “inteligentes” capazes de tomar decisões autônomas.

Primeiras aplicações de IA em Marte

No decorrer de quase três anos, a missão do rover Perseverance vem testando uma forma de IA que localiza minerais nas rochas do Planeta Vermelho. Esta é a primeira vez que a inteligência artificial é empregada em Marte para tomar decisões autônomas baseadas na análise em tempo real da composição das rochas.

O papel do PIXL

O software de IA suporta o PIXL (Instrumento Planetário para Litoquímica por Raios X), um espectrômetro desenvolvido pelo Laboratório de Propulsão a Jato da NASA, na Califórnia. Ao mapear a composição química dos minerais na superfície das rochas, o PIXL ajuda a determinar se as condições eram adequadas para a vida microbiana no passado.

PIXL, o instrumento branco no canto superior esquerdo, é uma das várias ferramentas científicas localizadas na extremidade do braço robótico a bordo do rover Perseverance da NASA. – Foto: NASA

A técnica, chamada “amostragem adaptativa”, posiciona autonomamente o instrumento próximo ao alvo rochoso e examina as varreduras do PIXL para identificar minerais que merecem uma análise mais profunda. Tudo é feito em tempo real, sem comunicação com os controladores da missão na Terra.

Como a IA está ajudando

Peter Lawson, responsável pela implementação da amostragem adaptativa, explicou que o objetivo é otimizar o trabalho dos cientistas. “A ideia é encontrar a agulha no palheiro de dados, permitindo que os cientistas se concentrem em outras tarefas importantes”, afirmou Lawson.

Posicionamento preciso

A IA auxilia o PIXL de duas formas. Primeiro, posiciona o instrumento corretamente quando ele está próximo a uma rocha. O espectrômetro, localizado na extremidade do braço robótico do rover, ajusta-se automaticamente para se aproximar da rocha sem tocá-la, garantindo precisão milimétrica.

Abigail Allwood, investigadora principal do instrumento, destacou a precisão necessária: “Fazemos ajustes na escala de micrômetros para alcançar a precisão necessária”.

Mapeamento mineral

Após o posicionamento, outro sistema de IA entra em ação. O PIXL escaneia uma área do tamanho de um selo postal, disparando um feixe de raios X milhares de vezes para criar uma grade de pontos microscópicos. Cada ponto revela informações sobre a composição química dos minerais presentes.

David Thompson, do JPL, comparou o PIXL a um canivete suíço por sua versatilidade na análise dos minerais. “O PIXL pode ser configurado conforme as necessidades dos cientistas”, explicou Thompson.

Aplicações futuras e colaboração internacional

As futuras missões no sistema solar precisarão de mais autonomia devido ao tempo maior sem comunicação com a Terra, aumentando o interesse no desenvolvimento de tecnologias autônomas para exploração espacial.

Um objetivo crucial da missão Perseverance é a astrobiologia, incluindo a busca por sinais de vida microbiana antiga. A missão também prepara o caminho para futuras explorações humanas no Planeta Vermelho.

Cooperação com a ESA

Missões posteriores da NASA, em cooperação com a ESA (Agência Espacial Europeia), planejam coletar as amostras seladas e retorná-las à Terra para análise detalhada.

A missão Mars 2020 Perseverance faz parte da abordagem de exploração da NASA, que inclui as missões Artemis à Lua, preparando-se para a exploração humana de Marte.

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