NASA: O Que Podemos Esperar da Amostra do Asteróide Bennu?

Os cientistas da NASA alcançaram um marco histórico com a abertura bem-sucedida da cápsula contendo material coletado do asteroide Bennu,

Publicado 23/01/2024 às 12:15 por Alex Torres

Após meses de expectativa e desafios técnicos, a equipe da missão OSIRIS-REx da NASA conseguiu acessar o conteúdo da cápsula de retorno de amostras, que guardava segredos do asteróide “potencialmente perigoso” Bennu. A abertura do receptáculo marca um momento significativo para a comunidade científica, pois contém em seu interior cerca de 250 gramas de detritos espaciais coletados, que podem esclarecer mistérios sobre as condições primitivas do espaço e a vida na Terra.

Coleta Histórica de Amostras Espaciais

A espaçonave OSIRIS-REx da NASA fez história ao ser a primeira da agência a coletar material de um asteroide. Este evento crucial ocorreu após a nave pousar no asteroide Bennu, lançando um jato de nitrogênio para garantir a coleta das amostras e impedir que a espaçonave afundasse na superfície irregular do asteroide. O material coletado é considerado uma cápsula do tempo, preservando rochas formadas há aproximadamente 4,5 bilhões de anos, e contém elementos fundamentais que podem ter sido responsáveis pelo surgimento da vida em nosso planeta.

Desmontagem Cuidadosa Após Retorno à Terra

Objeto espacial de Aquisição de Amostra Touch-and-Go-Sample (TAGSAM) da OSIRIS-REx com a
tampa retirada, expondo o restante da amostra do asteróide em seu interior. (Crédito da imagem: NASA/Erika Blumenfeld e Joseph Aebersold)

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A cápsula da missão retornou à Terra, pousando no deserto de Utah em 24 de setembro. Transportada para o Johnson Space Center da NASA em Houston, a equipe encontrou um contratempo: dois dos 35 fechos da cápsula estavam presos. Isso exigiu que engenheiros da NASA desenvolvessem ferramentas personalizadas, fabricadas em aço cirúrgico, para liberar os fechos e abrir cuidadosamente a cápsula no último dia 11 de janeiro.

Expectativas Científicas Elevadas

A missão OSIRIS-REx levou quase dois anos para identificar um local de pouso adequado na superfície acidentada de Bennu. Agora, com o acesso às amostras, os cientistas antecipam a descoberta de blocos construtores biológicos similares aos encontrados pela sonda Hayabusa2 da Agência Japonesa de Exploração Aeroespacial (JAXA) no asteróide Ryugu. Uracila, uma das bases nucleicas para o RNA, é um exemplo desses componentes essenciais que foram detectados em Ryugu e que os pesquisadores esperam encontrar entre as rochas de Bennu.

Um Legado de Exploração e Conhecimento

  • A cápsula contém amostras valiosas para o estudo do sistema solar primitivo;
  • O material coletado pode conter precursores biológicos, abrindo portas para entender como a vida pode ter começado na Terra;
  • A superação dos desafios técnicos para acessar a amostra destaca a inovação e persistência da equipe da NASA.

Com o sucesso na abertura da cápsula, a comunidade científica aguarda com expectativa a análise detalhada do material coletado. A missão OSIRIS-REx não só representa um feito impressionante em termos de exploração espacial, mas também oferece uma oportunidade única para aprofundar nossa compreensão sobre o passado cósmico e a evolução da vida.


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