Desvendando mitos sobre o sono e sua importância para a saúde

O sono está diretamente relacionado à qualidade de vida e ao funcionamento do nosso organismo. Ainda assim, existem inúmeros equívocos que podem comprometer a qualidade do nosso descanso noturno.

Publicado 29/01/2024 às 00:25 por Viviane Grecilo Torres

A Importância do Sono e o Desafio da Educação

O descanso noturno é um pilar essencial na manutenção da saúde física e mental. A qualidade do sono está intrinsecamente ligada às funções cognitivas, proteção cardiovascular e fortalecimento do sistema imunológico. A pesquisadora Rebecca Robbins, no Brigham and Women’s Hospital e professora na Harvard Medical School, salienta a deficiência na educação sobre o sono nos Estados Unidos, um fator que pode contribuir para que somente um terço dos adultos americanos durma a quantidade recomendada pelo CDC (Centros de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA).

A equipe de Robbins tem se dedicado a promover o conhecimento sobre o sono saudável. Em um estudo publicado em 2019, na Sleep Health, eles confrontam equívocos comuns, demonstrando que muitas crenças populares são pouco fundamentadas.

Mitos e Verdades sobre o Sono

Mito 1: O horário de dormir não é relevante

Robbins esclarece que o momento de dormir é significante devido ao ritmo circadiano, que é sensível à exposição à luz solar. Profissionais que trabalham em turnos noturnos estão sujeitos a riscos aumentados de doenças como diabetes e câncer de mama, conforme aponta um estudo de 2011 na Occupational Medicine. Para atenuar esses riscos, Robbins recomenda controlar a exposição à luz, com uso de óculos de sol e cortinas blackout.

Mito 2: Perder uma noite de sono é extremamente prejudicial

Embora a falta de sono possa causar elevação da pressão arterial e lapsos de atenção temporários, Robbins tranquiliza que interrupções ocasionais no sono geralmente não resultam em prejuízos duradouros, desde que um padrão regular de sono seja retomado.

Mito 3: Dormir instantaneamente é sinal de saúde

Adormecer de imediato pode ser um indicativo de privação crônica de sono, alerta Robbins. Isso se compara a uma refeição excessiva após a fome extrema e pode significar que o corpo está desesperado por descanso.

Mito 4: Cinco horas de sono são suficientes

Contrariando a ideia de que poucas horas de sono bastam, Robbins enfatiza que a saúde ideal requer de 7 a 9 horas de sono por noite. Dormir menos está associado a problemas como obesidade, diabetes e hipertensão, conforme indicado pela Academia Americana de Medicina do Sono e pela Sociedade de Pesquisa do Sono.

Mito 5: A TV facilita o relaxamento antes de dormir

Assistir televisão antes de dormir pode criar associações negativas com a cama, adverte Robbins. Calor excessivo e conteúdo perturbador dos dispositivos podem interferir no sono. A pesquisadora reconhece, no entanto, que para quem tem uma rotina consolidada com televisão, não é preciso mudar se isso ajuda no processo de adormecer.

Mito 6: Exercícios noturnos prejudicam o sono

Robbins refuta a antiga recomendação contra atividades físicas antes de dormir. Pesquisas recentes não comprovam que exercícios noturnos prejudiquem o sono. Pelo contrário, eles podem ser benéficos ao aliviar o estresse. Assim, a especialista incentiva a prática de exercícios, inclusive à noite, se isso se adequar à rotina do indivíduo.

Com uma compreensão mais clara sobre o que é verdade e o que é mito, podemos buscar uma melhor qualidade de sono, o que se reflete diretamente em nossa saúde e bem-estar geral.

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