Avanços na detecção precoce do Alzheimer: novo exame de sangue traz esperança

Profissionais da saúde manifestam otimismo com um revolucionário teste de sangue para identificar precocemente a doença de Alzheimer, prometendo tornar o diagnóstico mais acessível e econômico.

Publicado 28/01/2024 às 16:28 por Juliana Alves Naziazeno

A busca por métodos mais eficazes de detecção do Alzheimer mais cedo, ganhou um impulso significativo com o desenvolvimento de um novo exame de sangue capaz de identificar a doença em sua fase inicial. Especialistas do meio médico compartilharam com a imprensa a sua expectativa de anos por uma alternativa mais prática e de menor custo para o diagnóstico dessa condição degenerativa. Agora, estamos mais próximos de tornar essa esperança uma realidade concreta.

Proteína chave no diagnóstico de Alzheimer

Uma pesquisa divulgada recentemente no periódico JAMA Neurology apontou a proteína fosforilada tau 217 (p-tau217) como um biomarcador potencial para detectar o Alzheimer antes do surgimento dos sintomas. Dr. Sharon Cohen, uma neurologista comportamental, afirmou que testes com o p-tau217 demonstraram mais de 90% de precisão no diagnóstico da doença, um marco encorajador na neurologia.

Substituindo métodos invasivos e dispendiosos

Este novo teste de sangue é notável por sua capacidade de acompanhar a progressão da doença sem submeter os pacientes a exames dispendiosos de tomografia por emissão de pósitrons (PET) ou procedimentos invasivos, como a análise de líquido cefalorraquidiano. Os especialistas, incluindo o médico de emergência Dr. Robert Glatter, de Nova York, sublinham a importância dessa alternativa menos onerosa e mais conveniente.

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Um divisor de águas no cuidado e tratamento do Alzheimer

O impacto desse avanço vai além da detecção. Cohen e Glatter acreditam que o teste possa revolucionar o tratamento do Alzheimer, o tipo mais comum de demência, ao possibilitar uma melhoria significativa no cuidado e nas opções terapêuticas dos pacientes. Atualmente, aproximadamente 6.7 milhões de americanos com 65 anos ou mais convivem com o Alzheimer, e projeta-se que este número quase triplique até 2060, chegando a 14 milhões de pessoas.

O desafio da percepção e da aceitação do diagnóstico

A doença de Alzheimer possui um curso prolongado e se instala gradualmente, de modo que sintomas sutis são frequentemente ignorados ou minimizados como parte normal do envelhecimento. Cohen ressalta que essa é uma das razões pelas quais o Alzheimer muitas vezes não é diagnosticado. Além disso, muitos pacientes evitam procedimentos invasivos ou não têm condições financeiras para arcar com exames de PET, que possuem elevado custo. Sem falar naqueles que temem o diagnóstico e suas implicações.

O potencial de mudança na percepção da doença

Cohen está empenhada em mudar essa percepção, enfatizando que há estratégias efetivas disponíveis, especialmente quando a doença é detectada cedo. Ela descreve este momento como uma era de esperança para o Alzheimer, contando com melhores diagnósticos e tratamentos que retardam a progressão da doença. A aprovação de um novo medicamento pela FDA, o Leqembi, durante o verão, foi destacada pela neurologista como um avanço promissor, o primeiro a mostrar desaceleração nos aspectos clínicos do Alzheimer.

Exclusão de outras demências e o caminho adiante

O teste de sangue tem ainda outra finalidade importante: ajudar a descartar a doença. Um resultado negativo para p-tau217 permite que os médicos investiguem outras causas de prejuízos neurológicos, como demência vascular ou demência com corpos de Lewy. Diante desses avanços, espera-se que as pessoas se sintam mais encorajadas a buscar um diagnóstico e agir com base nos resultados iniciais, em vez de postergar ações.

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